sábado, 20 de abril de 2013

Mídia e ética: manipulação de ideias?


Os veículos de comunicação, sejam eles impressos, online, rádio ou TV, contribuem muito para a formação da opinião do leitor, ouvinte ou telespectador. Os jornalistas são os responsáveis por fundamentar e materializar uma ideia em uma matéria, notícia ou reportagem, seguindo alguns parâmetros, princípios e critérios de seleção, através de pesquisas, informações, experiência profissional, ideologias e favoritismo da empresa, interesses comerciais, condição social, econômica e intelectual.
Existem casos em que há a cumplicidade interpretativa do leitor para com o jornalista, ou seja, quando os dois partilham conhecimentos e opiniões. E alguns casos em que a opinião de quem fala não é a mesma de quem lê. O leitor pode ter sua própria ideia sobre o que está sendo julgado. Quando através de textos fortemente permeados pela opinião, construídos por adjetivos, advérbios e figuras de linguagem – retratando a clara distinção entre jornalismo opinativo e informativo –, o jornalista tenta convencer o leitor, estará prejudicando a credibilidade do veículo de comunicação e sendo arrogante e prepotente.
Formar opinião ou consciência?
O alcance da imprensa é tão forte que a considero o quarto poder, ao lado dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Na mídia, existem dois tipos de público, o articulado e o ingênuo. O articulado é aquele que possui bom nível de compreensão do mundo e da própria linguagem. O ingênuo é aquele cuja opinião deve ser construída pelos jornalistas. O jornalismo dedicado aos ingênuos, a despeito de todos os seus riscos, é um modo de exercer poder – o poder de dizer, qualificar, desqualificar, julgar e tornar “procedente e autorizada” a fala de quem diz.
Segundo Ryszard Kapuscinsky, jornalista polonês, antigamente a veracidade de uma notícia representava seu maior valor. Hoje basta que ela seja interessante. A partir desse trecho e sobre a política de manipulação da mídia em relação aos leitores, surge a questão: Jornalista, o profissional que vende conceitos, deve informar formando opinião ou consciência?

O MITO DA CAVERNA E A MÍDIA TELEVISIVA



 Vivemos em um sistema capitalista extremamente consumista, ao ponto das pessoas se esquecerem do amor básico, necessário para o fortalecimento do caráter e para consolidação da posição de ser humano, estou falando do amor próprio.


   As pessoas estão rifando aquilo em que acreditam em termos de valores, chegam a vender seu próprio corpo e por incrível que possa parecer, vendem até mesmo sua própria alma (neste sentido valores e ideais).


    Mas porque fazem isso? Essa atitude vem em função de uma inversão de valores que são apregoadas aos quatro cantos, principalmente pelos veículos de comunicação.


    E sobre essa inversão de valores impostos pelos veículos de comunicação, particularmente a TV, lembrei-me do mundo das idéias – o mito da caverna, que Platão ilustra em sua principal obra, A República. O referido texto pode ser analisado sobre dois pontos de vista, o epistemológico (relativo ao conhecimento) e o político, e é

justamente ao primeiro – conhecimento, que quero me ater a esse artigo.

    O filósofo imaginou uma caverna com homens acorrentados em seu interior desde criancinhas, de costas para a entrada da caverna e com o campo de visão voltado para a parede de fundo da caverna, a única visão do mundo que esses homens tinham eram as sombras projetadas nessa parede por uma fogueira. Quando um deles conseguiu

escapar das correntes e sair da caverna, vislumbrando a real imagem das coisas do mundo, ao retornar e contar aos amigos de prisão, os mesmos jamais acreditaram em suas palavras, considerando-o como um louco.

    Pois bem, a ilustração de Platão nos remete a refletir a realidade de nossa contemporaneidade, homens (no sentido de espécie e não de gênero) que passam a vida acorrentados, desde a infância em frente da TV...


    Para simplificar, Platão utilizou desta analogia para explicar que o conhecimento humano parte de dois mundos distintos, o mundo sensível (dos fenômenos) e o mundo inteligível (das idéias). O primeiro é ilusório, uma espécie de sombra do verdadeiro mundo, já o segundo a verdade imutável, a verdadeira realidade do mundo.


    O amigo leitor pode até defender a argumentação dos donos e dirigente de TV que afirmam que a ‘caixinha mágica’ mostra apenas a realidade, mas o que eles não dizem é qual a realidade que é mostrada. Explico. A TV é um veículo pequeno e fechado, de espaço caro, a mensagem tem que ser fragmentada ao máximo, e é aí aonde

mora o perigo. O problema não é a TV em sí, mas ‘quem a faz’, quem produz o seu conteúdo e quais os reais motivadores para programação X ou Y.

    A TV mostra sim uma realidade, mas mostra somente a realidade que é interessante para determinados grupos aqueles que pagam, e não podemos esquecer, o domínio pela alienação são os piores e os mais eficazes grilhões para aprisionamento de seres que, em sua essência, nasceram dotados de espírito livre. O espírito humano é como um livro e nascemos com ele cheio de páginas em branco. O que seremos ou nos tornaremos depende do que for escrito nele no longo de nossas vidas... em seu conteúdo, sombras e realidades, mais um ou outro é que demonstrará a qualidade de seu conteúdo...* Heráclito Ney Suiter

Violência na mídia e os efeitos sobre as crianças

Pesquisas feitas por especialistas como Rowell Huesmann, Leonard Eron e outros, apontaram que crianças, nos primeiros anos de escola, que ficam 
expostas a muitas horas de violência na TV, têm maior tendência a comportamentos agressivos durante a adolescência.

Ao observar esses mesmos indivíduos na idade adulta, Huesmann e Eron chegaram à conclusão de que aqueles que haviam sido expostos – na idade de 8 anos – a muitas horas de programas televisivos violentos, tinham mais problemas com infração de leis e violência. Entretanto, comportamentos 

agressivos na infância não tinham relação com maior interesse por programas televisivos violentos na adolescência. Essa última constatação aponta no sentido de que assistir à televisão tem relações com a violência quando essas crianças se tornam mais velhas, mas a agressividade na infância não necessariamente resulta em indivíduos agressivos.

Mídia e o culto a beleza do corpo


Os programas de televisão, revistas e jornais têm dedicado espaços em suas programações cada vez maiores para apresentar novidades em setores 
de cosméticos, de alimentação e vestuário. Propagandas veiculadas nessas mídias estão o tempo todo tentando vender o que não está disponível nas prateleiras: sucesso e felicidade.

O consumismo desenfreado gerado pela mídia em geral foca principalmente adolescentes como alvos principais para as vendas, desenvolvendo 
modelos de roupas estereotipados, a indústria de cosméticos lançando a cada dia novos cremes e géis redutores para eliminar as “formas indesejáveis” do corpo e a indústria farmacêutica faturando alto com medicamentos que inibem o apetite.

Preocupados com a busca desenfreada da “beleza perfeita” e pela vaidade excessiva, sob influência dos mais variados meios de comunicação, a 
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica apresenta uma estimativa de que cerca de 130 mil crianças e adolescentes submeteram-se no ano de 2009 a operações plásticas.

Evidentemente que a existência de cuidados com o corpo não é exclusividade das sociedades contemporâneas e que devemos ter uma especial atenção para uma boa saúde. No entanto, os cuidados com o corpo não devem ser de forma tão intensa e ditatorial como se tem apresentado nas últimas décadas. Devemos sempre respeitar os limites do nosso corpo e a nós a mesmos.

A influência da mídia na sociedade


A mídia em nossas vidas: Informação ou manipulação ?

 



  O “The Washington Post”, um dos jornais norte-americanos mais respeitados e lidos em todo o mundo, relatou o poder de influencia das novelas na vida dos brasileiros, em seu  artigo “Brazil’s Novelas May Affect Viewers’Lifes” (Novelas do Brasil podem afetar as vidas dos telespectadores) .  Um dos trechos do artigo diz : “No Brasil  um país que, na média, assiste mais à televisão que qualquer outro país, exceto o Reino Unido, novelas tem um efeito mais duradouro ao influenciar escolhas no estilo de vida, dizem os pesquisadores. As novelas se tornaram uma parte muito importante na sociedade brasileira”.
 A população é facilmente influenciada pela mídia principalmente quando está relacionada a novelas. Nestas, heróis nacionais são criados – ficcionais ou não. Acaba uma novela e inicia outra e os modelos de comportamentos, beleza, moda e outros vão se alterando. Mudam os personagens, a trama e os assuntos abordados e a sociedade vai respondendo a este estímulo produzido. Os padrões difundidos são copiados e seguidos, porém, as pessoas não conseguem adaptá-los a uma vida real, o que gera ansiedade, angústia e frustração.